As Estradas e as Pontes Romanas
A construção das estradas foi ocorrendo de acordo com as
conquistas romanas, com o intuito de facilitar a movimentação dos exércitos, o
trafego comercial e a comunicação administrativa entre as províncias.
As estradas são feitas em um calçamento feito de pedra
batida, saibro fino e pedras chatas poligonais. Sua largura era de
aproximadamente 5 metros, o suficiente para garantir a passagem dos pedestres e
dos veículos. Nos locais onde não havia
obstáculos naturais às estradas eram feitas retilíneas e muitas vezes bem
longas, por exemplo, a Via Ápia que tinha 60 quilômetros. Já em locais com
relevo, eram cortadas as rochas para deixar a estrada o mais plana possível ou
escavavam para formar galerias.
Por existir diversos cursos de água na região, era
necessária a construção de pontes feitas de pedra ou madeira. Sua largura era
de no máximo 8 metros. Até hoje ainda existem muitas dessas pontes sendo
utilizadas como a Ponte Mílvio, Pontes Hélio, Ponte de Pedra em Verona, entre
outras.
Nas estradas havia um serviço de correio com estações para
troca de cavalos e para pernoites. Esse serviço conhecido como cursus era utilizado por funcionários
públicos que o utilizava para entrega de mercadorias. Os particulares tinham
seus serviços postais também feitos nas estradas só que a parte.
Ponte de Mílvio em Roma |
Ponte de Pedra em Verona |
Ponte de Trajano em Chaves |
Os Aquedutos Romanos
Os aquedutos semelhantes às estradas são serviços públicos,
sendo construídos pelo Estado com prioridade para o uso coletivo e,
secundariamente, para o uso individual. Era utilizado nele água de nascente ou
fluvial filtrada, canalizada num specus
(ductos retangulares) coberto, mas de fácil inspeção com declividade constante. Semelhante aos gregos, os romanos conhecem
bem o sifão e os aplicavam quando necessário, porém eles preferem quando a água
chegava às cidades a pressão reduzida, assim eles elevavam os aquedutos sobre
uma ou mais arcadas quando esses passavam por vales.
No percurso e no fim dos aquedutos havia os reservatórios de
decantação onde ficavam as impurezas da água, seguido dos tanques de
distribuição onde à água é medida passando por tubos de chumbo com cerca de 3
metros.
Algumas pontes apresentam verdadeiras obras de artes em suas
arcadas dos aquedutos e com o tempo foi visto que isso ocorria não pela
necessidade da técnica, mas para fazer dessas obras monumentais. Na Idade
Média, quando esse tipo de construção não é feita, a população as chamava de
“pontes do diabo” e as consideravam obras com poder sobrenatural devido ao fato
de elas serem impressionantes.
Aquedutos de Tarragona - Filipinas |
Aquedutos de Nimes - França |
Aquedutos de Segovia - Espanha |
As Linhas Fortificadas
Nas extremidades do império, onde os romanos decidiram não
mais estender suas fronteiras, foram construídas limites com benfeitorias espalhadas
por uma faixa relativamente grande. Seu elemento principal é uma estrada,
abertas em matagais e elevadas em pantanais, para permitir assim a passagem do
exército. A fronteira apresenta escavações artificiais, os fossatum, com um muro continuo de madeira, terra e/ou pedra, o vallum. Há instalações militares como
acampamentos, presídios pequenos e bases fortificadas, protegendo o império de
invasores.
Os principais limites são os das fronteiras ao norte: O limes germânico construído depois do Reno e Danúbio com 500 quilômetros e o limes de
Adriano entre a Inglaterra e a Escócia com 120 quilômetros. Eles são
considerados complementos artificiais das fronteiras feitas pelos mares Reno e
Danúbio.
Para saber mais sobre o assunto historicamente veja o texto A Cortina de
Ferro da Antiguidade: http://revistageo.uol.com.br/cultura-expedicoes/6/quando-uma-fenda-atravessa-a-europa-ha-exatos-2-153853-1.asp
A Colonização dos Terrenos Agrícolas
Os traçados das estradas romanas serviam como referência
para a divisão dos terrenos cultiváveis, a centuriato,
utilizadas pelos colonos ou pelos estrangeiros enviados aos territórios
conquistados.
Os terrenos cultiváveis estavam demarcados por estradas
secundarias paralelas a dimensão maior do terreno ou a estrada principal, os decumani e por outras perpendiculares a
estas sendo mais curtas, os cardines .
As estradas secundárias além de delimitarem essas áreas acabam auxiliando na
penetração do sistema agrário, econômico e administrativo romano. Os lotes
tinham cerca de 50 hectares, podendo pertencer a 1, 2, 4 ou a muitos
proprietários, por exemplo, na colônia de Terracina que tinha 100 proprietários.
Essa divisão era feita por técnicos especiais, os agrimensoris. A orientação dos decumani e dos cardines é inclinada para aproveitar a forma do terreno o máximo
possível. Após a divisão, o terreno era preparado e colocava-se uma planta de
bronze no local e outra era enviada para Roma.
As centuriatos romanas,
mesmo após o desaparecimento do sistema agrário antigo, continuaram legíveis em
muitas zonas do império como Emilia, Vêneto, Florença, Planície de Cápua, na
Tunísia e na França Meridional; utilizando os mesmos limites, as mesmas estradas
e os mesmo canais.
Centuriato de Emília |
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