segunda-feira, 18 de março de 2013

ROMA: A CIDADE E O IMPÉRIO MUNDIAL - Algumas Construções


As Estradas e as Pontes Romanas

A construção das estradas foi ocorrendo de acordo com as conquistas romanas, com o intuito de facilitar a movimentação dos exércitos, o trafego comercial e a comunicação administrativa entre as províncias.
As estradas são feitas em um calçamento feito de pedra batida, saibro fino e pedras chatas poligonais. Sua largura era de aproximadamente 5 metros, o suficiente para garantir a passagem dos pedestres e dos veículos.  Nos locais onde não havia obstáculos naturais às estradas eram feitas retilíneas e muitas vezes bem longas, por exemplo, a Via Ápia que tinha 60 quilômetros. Já em locais com relevo, eram cortadas as rochas para deixar a estrada o mais plana possível ou escavavam para formar galerias.
Por existir diversos cursos de água na região, era necessária a construção de pontes feitas de pedra ou madeira. Sua largura era de no máximo 8 metros. Até hoje ainda existem muitas dessas pontes sendo utilizadas como a Ponte Mílvio, Pontes Hélio, Ponte de Pedra em Verona, entre outras.
Nas estradas havia um serviço de correio com estações para troca de cavalos e para pernoites. Esse serviço conhecido como cursus era utilizado por funcionários públicos que o utilizava para entrega de mercadorias. Os particulares tinham seus serviços postais também feitos nas estradas só que a parte.

Ponte de Mílvio em Roma


Ponte de Pedra em Verona

Ponte de Trajano em Chaves

Os Aquedutos Romanos

Os aquedutos semelhantes às estradas são serviços públicos, sendo construídos pelo Estado com prioridade para o uso coletivo e, secundariamente, para o uso individual. Era utilizado nele água de nascente ou fluvial filtrada, canalizada num specus (ductos retangulares) coberto, mas de fácil inspeção com declividade constante.  Semelhante aos gregos, os romanos conhecem bem o sifão e os aplicavam quando necessário, porém eles preferem quando a água chegava às cidades a pressão reduzida, assim eles elevavam os aquedutos sobre uma ou mais arcadas quando esses passavam por vales.
No percurso e no fim dos aquedutos havia os reservatórios de decantação onde ficavam as impurezas da água, seguido dos tanques de distribuição onde à água é medida passando por tubos de chumbo com cerca de 3 metros.
Algumas pontes apresentam verdadeiras obras de artes em suas arcadas dos aquedutos e com o tempo foi visto que isso ocorria não pela necessidade da técnica, mas para fazer dessas obras monumentais. Na Idade Média, quando esse tipo de construção não é feita, a população as chamava de “pontes do diabo” e as consideravam obras com poder sobrenatural devido ao fato de elas serem impressionantes. 

Aquedutos de Tarragona - Filipinas



Aquedutos de Nimes - França


Aquedutos de Segovia - Espanha

As Linhas Fortificadas

Nas extremidades do império, onde os romanos decidiram não mais estender suas fronteiras, foram construídas limites com benfeitorias espalhadas por uma faixa relativamente grande. Seu elemento principal é uma estrada, abertas em matagais e elevadas em pantanais, para permitir assim a passagem do exército. A fronteira apresenta escavações artificiais, os fossatum, com um muro continuo de madeira, terra e/ou pedra, o vallum. Há instalações militares como acampamentos, presídios pequenos e bases fortificadas, protegendo o império de invasores.
Os principais limites são os das fronteiras ao norte: O limes germânico construído depois do Reno e Danúbio com 500 quilômetros e o limes de Adriano entre a Inglaterra e a Escócia com 120 quilômetros. Eles são considerados complementos artificiais das fronteiras feitas pelos mares Reno e Danúbio.

Limes Germania - Nove mil soldados vigiavam a muralha de 4,5 metros de altura, entre romanos e escoceses. Os legionários, porém, não tinham muito medo do inimigo: eles zombavam dos bárbaros além do Limes, chamando-os de brittunculi ou pequenos britânicos

Limes de Adriano - Ainda hoje os 120 quilômetros de Hadrianswall, cortam a Grã-Bretanha. Durante 300 anos, suas pedras marcaram as fronteiras setentrionais do Império Romano - um baluarte contra guerreiros da Escócia

Para saber mais sobre o assunto historicamente veja o texto A Cortina de Ferro da Antiguidade: http://revistageo.uol.com.br/cultura-expedicoes/6/quando-uma-fenda-atravessa-a-europa-ha-exatos-2-153853-1.asp

A Colonização dos Terrenos Agrícolas

Os traçados das estradas romanas serviam como referência para a divisão dos terrenos cultiváveis, a centuriato, utilizadas pelos colonos ou pelos estrangeiros enviados aos territórios conquistados.
Os terrenos cultiváveis estavam demarcados por estradas secundarias paralelas a dimensão maior do terreno ou a estrada principal, os decumani e por outras perpendiculares a estas sendo mais curtas, os cardines . As estradas secundárias além de delimitarem essas áreas acabam auxiliando na penetração do sistema agrário, econômico e administrativo romano. Os lotes tinham cerca de 50 hectares, podendo pertencer a 1, 2, 4 ou a muitos proprietários, por exemplo, na colônia de Terracina que tinha 100 proprietários.
Essa divisão era feita por técnicos especiais, os agrimensoris. A orientação dos decumani e dos cardines é inclinada para aproveitar a forma do terreno o máximo possível. Após a divisão, o terreno era preparado e colocava-se uma planta de bronze no local e outra era enviada para Roma.
As centuriatos romanas, mesmo após o desaparecimento do sistema agrário antigo, continuaram legíveis em muitas zonas do império como Emilia, Vêneto, Florença, Planície de Cápua, na Tunísia e na França Meridional; utilizando os mesmos limites, as mesmas estradas e os mesmo canais.

Centuriato de Emília




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