terça-feira, 19 de março de 2013

Roma : As Novas Cidades

Exemplo de cidades traçadas com os dois eixos
A cidade romana em tabuleiro de xadrez, notratado de Vitrúvio
Podemos observar que no projeto da Centuriatio é feito a referência de dois eixos principais, o decumanos maximus e o cardo maximus, que tem comprimento maior e se cruzam num ponto, considerado o centro ideal da colônia. Textos antigos revelam que o ideal era que as estradas rurais que saem das portas das cidades dão continuidade às urbanas. O que também segue esse desenho são os campos militares, sendo muitos deles transformados em cidades permanentes. Outras colônias e cidades são de origem civil, e algumas foram fundadas antes que os romanos estabelecessem as regras para a disposição dos acampamentos. Os romanos passam a usar de um prosseguimento, simplificado e padronizado, isto é, seguindo o método geral da Centuriatio, possuindo um desenho mais regular.

Na cultura clássica as diferenças em relação a quantidade mostra qualidade, sendo notável nas diferenças de escala entre a grade das cidades e a grade territorial. E alguns casos, a cidade e o loteamento dos campos são feitos ao mesmo tempo, e os eixos das estradas coincidem entre si. Em outros casos, são feitos em diferentes tempos, sendo as grades dispostas de forma diferente também.

Treves, uma das capitais do final do Império
É fato que, a grade da cidade e mais elástica e mais variável do que a territorial, pois os edifícios tem o poder de modelar quadras com suas dimensões (variando de 70x70m e 150x150m), ou podem ser interrompidas por ruas curvas, com o fim de ligar-se a pontes construídas em pontos obrigatórios, como também ser substituído ou modificado alguns quarteirões centrais para suprir outros edifícios públicos. Os muros definiam e envolviam esses quarteirões, formando os perímetros da cidade, e em posição periférica se encontrava o anfiteatro.



As cidades criadas pelos romanos tinham medidas variáveis. Na Itália, a cidade maior depois de Roma é Cápua, e segue algumas cidades novas com suas dimensões:




As cidades fundadas, consideradas ex novos. pelos romanos são de grande número, e continuaram a funcionar e a servir como base fortificadora ou de agrupamento de população, mesmo depois da queda do império. Algumas cidades hoje consideradas as mais importantes da Europa surgiram no lugar de cidades romanas e que em seu interior ainda se vê as marcas da grade dos decumani e dos cardi.

Roma perde o carácter de capital única, a partir do final do século III d. C, pois no séc. IV, Constantino transfere a capital do império para Bizâncio, que se torna Constantinopla. Nesse período, Teodósio divide o império em ocidental e oriental, tendo as capitais Ravena e Constantinopla, onde essas duas cidades mantem de maneira duradoura a sucessão de capital de Roma, e são as ultimas grandes criações urbanas da Antiguidade.



A cidade que se destacou, pelo fato de Augusto mandar construir próximo a mesma um porto militar de Classe que passa a ligar-se ao mundo mediterrânico, foi Ravena. E foi justamente por isso que Honório a escolhe para a nova capital do Império do ocidente, que nesse período alcança seu desenvolvimento máximo.

Situação atual de Ravena
Neste período, a imponência dos palácios imperiais e reais dão lugar as igrejas, que formam o grupo de maior importância monumental no final da Antiguidade na Itália, tendo os seus exteriores simples, porém seu interior repleto de decorações esplendidas de mármore e com mosaicos (acabamentos planos e coloridos transformando as edificações). Ravena se torna uma tranquila cidade de província, notável somente pelas memórias de sua história gloriosa, e o hoje é vista como um centro industrial em desenvolvimento, onde os estabelecimentos de comércio invadem os antigos patrimônios e circundam os frágeis monumentos do passado.

Muralhas de Bizâncio
Já Bizâncio é uma das cidades colonias gregas mais importantes e mais ricas, favorecida principalmente pela sua posição geográfica. Constantino a transforma e divide-a em 14 regiões, assim como Roma, onde sua dimensão foi consideravelmente aumentada, sendo construídos novos muros em sua volta. No período de Teodósio esse perímetro é ainda mais aumentado, alcançando assim, tanto uma extensa dimensão, como também uma extensa população. Esse limite definido por Teodósio foi definitivo até os tempos modernos, mas as mudanças internas continuaram.

Mapa de Constantinopla (rebatizada de Istambul pelos turcos)
Uma dessas mudanças foi a construção da grande igreja imperial de Santa Sofia, alcançando um novo equilíbrio com o seu sistema de cobertas em arcos e os acabamentos com materiais preciosos, dai começa o novo ciclo da arquitetura bizantina, árabe e persa. Foi ao redor desses monumentos que a cidade cresceu, seguindo a mesma densidade e a mesma desordem de Roma. Leis foram criadas para a melhoria dessa disposição, como determinar uma largura para as ruas e poucas estradas ramificadas em Y.

Igreja de São Vital 

Igreja de Santa Sofia 

Igreja de Santa Sofia

Constantinopla continua sendo a capital do império até o séc. XV. Diante de uma metrópole destacando-se como a mais importante e mais rica do que qualquer outra na Europa, os turcos conquistam-na e, a partir dai, se torna sua capital, chamada de Istambul, que hoje é considerada uma das cidades mais importantes do mundo oriental.
Localização de Istambul

Bela vista de Istambul

segunda-feira, 18 de março de 2013

ROMA: A CIDADE E O IMPÉRIO MUNDIAL - Algumas Construções


As Estradas e as Pontes Romanas

A construção das estradas foi ocorrendo de acordo com as conquistas romanas, com o intuito de facilitar a movimentação dos exércitos, o trafego comercial e a comunicação administrativa entre as províncias.
As estradas são feitas em um calçamento feito de pedra batida, saibro fino e pedras chatas poligonais. Sua largura era de aproximadamente 5 metros, o suficiente para garantir a passagem dos pedestres e dos veículos.  Nos locais onde não havia obstáculos naturais às estradas eram feitas retilíneas e muitas vezes bem longas, por exemplo, a Via Ápia que tinha 60 quilômetros. Já em locais com relevo, eram cortadas as rochas para deixar a estrada o mais plana possível ou escavavam para formar galerias.
Por existir diversos cursos de água na região, era necessária a construção de pontes feitas de pedra ou madeira. Sua largura era de no máximo 8 metros. Até hoje ainda existem muitas dessas pontes sendo utilizadas como a Ponte Mílvio, Pontes Hélio, Ponte de Pedra em Verona, entre outras.
Nas estradas havia um serviço de correio com estações para troca de cavalos e para pernoites. Esse serviço conhecido como cursus era utilizado por funcionários públicos que o utilizava para entrega de mercadorias. Os particulares tinham seus serviços postais também feitos nas estradas só que a parte.

Ponte de Mílvio em Roma


Ponte de Pedra em Verona

Ponte de Trajano em Chaves

Os Aquedutos Romanos

Os aquedutos semelhantes às estradas são serviços públicos, sendo construídos pelo Estado com prioridade para o uso coletivo e, secundariamente, para o uso individual. Era utilizado nele água de nascente ou fluvial filtrada, canalizada num specus (ductos retangulares) coberto, mas de fácil inspeção com declividade constante.  Semelhante aos gregos, os romanos conhecem bem o sifão e os aplicavam quando necessário, porém eles preferem quando a água chegava às cidades a pressão reduzida, assim eles elevavam os aquedutos sobre uma ou mais arcadas quando esses passavam por vales.
No percurso e no fim dos aquedutos havia os reservatórios de decantação onde ficavam as impurezas da água, seguido dos tanques de distribuição onde à água é medida passando por tubos de chumbo com cerca de 3 metros.
Algumas pontes apresentam verdadeiras obras de artes em suas arcadas dos aquedutos e com o tempo foi visto que isso ocorria não pela necessidade da técnica, mas para fazer dessas obras monumentais. Na Idade Média, quando esse tipo de construção não é feita, a população as chamava de “pontes do diabo” e as consideravam obras com poder sobrenatural devido ao fato de elas serem impressionantes. 

Aquedutos de Tarragona - Filipinas



Aquedutos de Nimes - França


Aquedutos de Segovia - Espanha

As Linhas Fortificadas

Nas extremidades do império, onde os romanos decidiram não mais estender suas fronteiras, foram construídas limites com benfeitorias espalhadas por uma faixa relativamente grande. Seu elemento principal é uma estrada, abertas em matagais e elevadas em pantanais, para permitir assim a passagem do exército. A fronteira apresenta escavações artificiais, os fossatum, com um muro continuo de madeira, terra e/ou pedra, o vallum. Há instalações militares como acampamentos, presídios pequenos e bases fortificadas, protegendo o império de invasores.
Os principais limites são os das fronteiras ao norte: O limes germânico construído depois do Reno e Danúbio com 500 quilômetros e o limes de Adriano entre a Inglaterra e a Escócia com 120 quilômetros. Eles são considerados complementos artificiais das fronteiras feitas pelos mares Reno e Danúbio.

Limes Germania - Nove mil soldados vigiavam a muralha de 4,5 metros de altura, entre romanos e escoceses. Os legionários, porém, não tinham muito medo do inimigo: eles zombavam dos bárbaros além do Limes, chamando-os de brittunculi ou pequenos britânicos

Limes de Adriano - Ainda hoje os 120 quilômetros de Hadrianswall, cortam a Grã-Bretanha. Durante 300 anos, suas pedras marcaram as fronteiras setentrionais do Império Romano - um baluarte contra guerreiros da Escócia

Para saber mais sobre o assunto historicamente veja o texto A Cortina de Ferro da Antiguidade: http://revistageo.uol.com.br/cultura-expedicoes/6/quando-uma-fenda-atravessa-a-europa-ha-exatos-2-153853-1.asp

A Colonização dos Terrenos Agrícolas

Os traçados das estradas romanas serviam como referência para a divisão dos terrenos cultiváveis, a centuriato, utilizadas pelos colonos ou pelos estrangeiros enviados aos territórios conquistados.
Os terrenos cultiváveis estavam demarcados por estradas secundarias paralelas a dimensão maior do terreno ou a estrada principal, os decumani e por outras perpendiculares a estas sendo mais curtas, os cardines . As estradas secundárias além de delimitarem essas áreas acabam auxiliando na penetração do sistema agrário, econômico e administrativo romano. Os lotes tinham cerca de 50 hectares, podendo pertencer a 1, 2, 4 ou a muitos proprietários, por exemplo, na colônia de Terracina que tinha 100 proprietários.
Essa divisão era feita por técnicos especiais, os agrimensoris. A orientação dos decumani e dos cardines é inclinada para aproveitar a forma do terreno o máximo possível. Após a divisão, o terreno era preparado e colocava-se uma planta de bronze no local e outra era enviada para Roma.
As centuriatos romanas, mesmo após o desaparecimento do sistema agrário antigo, continuaram legíveis em muitas zonas do império como Emilia, Vêneto, Florença, Planície de Cápua, na Tunísia e na França Meridional; utilizando os mesmos limites, as mesmas estradas e os mesmo canais.

Centuriato de Emília




Roma Moderna


Roma Moderna

Roma foi se transformando desde a Alta Idade Média até 1870, onde foi enriquecida de novos e esplêndidos edifícios, e o que a torna com um caráter fascinante é o constante diálogo e a relação que tem a cidade viva e a lembrança da cidade morta.
De acordo com alguns letrados antigos, e passados de gerações, que defendiam o mito da Cidade Eterna não é confirmado pela realidade, pois a Roma moderna, de fato, não podia tornar-se a continuação de Roma Clássica. A imagem que Roma fica deve ser reconstruída hoje com a reflexão, a cidade das ruínas foi invadida e desfigurada pelo enorme desenvolvimento da cidade contemporânea. Podemos observar somente os bairros construídos nos últimos cem anos, não tem qualquer relação com a continuidade da história urbana. É válido notar que as ruínas da cidade antiga ainda estão num deserto, habitado, porém por três milhões de pessoas, cheio de automóveis e de edifícios de dez andares.
O centro de Roma antiga é hoje uma zona arqueológica escavada e cercada, que abre no centro da cidade uma pausa repousante. Os outros principais monumentos antigos são incorporados à cidade ou formam outros pequenos recintos arqueológicos, como os templos, os castelos, os teatros, entre outros.
O funcionamento desse império chama muita atenção em relação a aplicação regular e uniforme em larguíssima escala, como também, em relação as novidades das técnicas, onde seus métodos construtivos foram influenciados pela Itália Meridional. Os romanos selecionaram estes métodos, e criaram a organização a fim de difundi-los por toda a área do império.

Roma Moderna

ROMA: A CIDADE E O IMPÉRIO MUNDIAL - Intervenção do Estado


O Estado intervinha mais decididamente, com autoridade e com meios adequados, para construir e manter eficientes os serviços públicos:
                - REDE DE ESTRADA: serviço mais deficiente, compreendendo 85 km, composta por ruas tortuosas e estreitas; os itiniera, acessíveis somente aos pedestres; os actus, onde passam um carro de cada vez; as viae, onde dois carros podem cruzar-se ou ultrapassar-se.
                Esta rede se torna insuficiente para Roma que possuía um milhão de habitantes. Um edito de César, porém, disciplina severamente o uso das ruas: estabelece que sejam limpas pelos proprietários das casas circunstantes, e proíbe a circulação dos carros desde a alvorada até o pôr-do-sol, salvo os dos empresários da construção. Assim os carros devem mover-se à noite, enchendo a cidade de ruídos.
                - ESGOTOS: iniciados no século VI a.C., foram continuamente ampliados e aumentados. Destinam-se a recolher as águas da chuva, a água em excesso dos aquedutos, as descargas dos edifícios públicos; muitos outros edifícios, por serem mais afastados dos esgotos, descarregam seus refugos nos poços negros ou nas lixeiras abertas.
                Os treze aquedutos trazem a Roma, dos montes vizinhos, mais de um bilhão de metros cúbicos de água por dia. Sob a República, a água é reservada para os usos públicos, e somente o excedente das fontes pode ser cedido aos particulares. No Império, alguns proprietários podem obter como concessão um determinado fluxo de água para consumo próprio; todo o resto serve para alimentas as instalações públicas  A abundância e a grandiosidade dos serviços higiênicos públicos compensa a falta de serviços privados na maior parte das casas.

                O Estado forneceu também outros tipos de serviços públicos para os cidadãos romanos, como víveres e distrações. Cerca de 150.000 pessoas são alimentadas às expensas públicas, e nos numerosos dias festivos toda a população é admitida gratuitamente a todo tipo de espetáculos.
                Os abastecimentos chegavam por mar até a foz Tibre, onde foi construído uma cidade portuária, Óstia; daí são transportados em navios menores até Roma, onde existia um grandioso sistema de desembarcadouros e de depósitos.
                Para os espetáculos construíram se os circos (Circo Máximo, capacidade de 250 mil pessoas); os teatros (os de Balbo, de Marcelo e se Pompeu, capacidade entre 10 mil e 25 mil pessoas); os anfiteatros para os jogos dos gladiadores (o Coliseu, com 50 mil lugares para sentar, e o anfiteatro Castrense); as naumáquias para os combates navais (as de Augusto e de Trajano, ora desaparecidas, na margem direita do Tibre).

                Estes grandes edifícios demonstraram à disposição da autoridade pública: dinheiro, materiais e mão-de-obra servil trazida de todos os pontos do império. A hegemonia política da cidade traz a Roma uma concentração cada vez maior de homens, e fornece os instrumentos para fazê-la funcionar.  Esta concentração produz uma série de problemas e todos os recursos técnicos são solicitados ao máximo para resolvê-los. Mas a tecnologia antiga não acompanha o progresso contínuo da moderna, chegando-se a um limite: a cidade se detém a um certo tamanho e a um certo grau de organização.
                O esforço tecnológico para funcionar, dependia, unicamente, da estabilidade política do império, e falta quando este entra em crise.  A interrupção dos abastecimentos navais obriga grande parte da população a voltar para os campos; o desmoronamento dos aquedutos torna inabitável toda a zona montanhosa da cidade (o núcleo primitivo), e os habitantes passam a concentrar-se nas planícies situadas nos dois lados do Tibre onde podem retirar água do rio ou dos poços.

                Começa assim a transformação da cidade antiga em cidade moderna. Roma moderna começa a viver como uma cidade de fortuna nas zonas livres da capital antiga, entre as ruínas dos grandes edifícios públicos que ainda emergem entre as casas. O centro monumental antigo fica a margem da nova cidade, por se encontrar no coração da zona colinosa habitada no início. As grandes termas que serviam os bairros mais populosos e também as grandes basílicas cristãs ficam distanciadas da cidade, numa paisagem desabitada.  

ROMA: A CIDADE E O IMPÉRIO MUNDIAL - Domus


A CASA ROMANA


1. Casas Primitivas
As casas romanas primitivas eram uma espécie de cabana redonda simples, com mecanismos de construção sedentários feitos pelos próprios habitantes, sendo passados por gerações. Com o passar dos séculos as casas foram se especificando de acordo com seu tipo, que segundo os dados fornecidos pelos Catálogos Regionais, são as Domus, que segue o modelo de casa grega com átrio e peristilo; e as Insulae, ou blocos de apartamentos, abundantes nas grandes cidades.
As Domus são as casas individuais típicas das cidades mediterrâneas, com um ou dois andares, fachadas na parte externa e abertas para os espaços internos, sendo todos os locais da casa agrupados ao redor do atrium e do peristilium. Uma característica marcante dessa tipologia é que são reservadas para as famílias mais ricas, que ocupam, por si só, um terreno precioso. 


2. Domus


As Insulae são construções coletivas de muitos andares e compreendem um grande número de cômodos iguais, que olham para o exterior com janelas e balcões; os andares térreos são destinados às lojas, que eram chamadas de Tabernae, ou para as habitações mais nobres, que também são chamadas de domus. Os andares superiores são divididos em apartamentos, chamados de Cenacula, de vários tamanhos para as classes médias e baixas. Essa tipologia nasceu ara hospedar dentro dos muros sérvios uma população crescente, e se tornaram cada vez mais altas, porém em determinado período Augusto estabelece um limite de gabarito de 21 metros (6 a 7 andares), e mais tarde, Trajano estabelece um gabarito de 18 metros (5 a 6 metros).
3. Domus


Em relação a parte superior dessas Insulaes, conhecida como Cenacula, podemos considerar alguns pontos negativos, como o fato de não ter água corrente (somente chega água nos locais do andar térreo); a falta de privacidade; não possuía aquecimento ou chaminés para proteger do frio ou até mesmo cozinhar; as janelas não possuíam vidraça, apenas uma cortina ou persiana de madeira. Apesar dessas limitações, os preços do aluguel era muito alto, a especulação dos terrenos e construções eram feitas de todas as maneiras, pois as casas eram construídas por empresários privados. O Estado apenas impõe proibições e regulamentos, mas não consegue corrigir as dificuldades da grande maioria dos cidadãos.

4. Distribuição dos mobiliários na casa Domus





5. Fachada da casa Domus


6. Entrada da casa Domus

ROMA: A CIDADE E O IMPÉRIO MUNDIAL - (parte 3/3)


            Os imperadores da dinastia Flaviana (VespasianoTito Flávio e Domiciano) continuaram a renovação iniciada por Nero. Vespasiano mandou demolir a Domus Aurea e na zona quase plana do parque, onde existia o lago artificial, começou a construir o Coliseu.  



           
            Após a administração dos Flávios, surgiu o primeiro imperador que não era natural de Roma: Trajano. Ele mandou planificar a depressão existente entre o Quirinal e o Capitólio que separava as duas zonas monumentais dos Foros e dos Campos de Marte(uma zona da Roma antiga que inicialmente era externa aos limites citadinos), e construiu nessa localidade o grande conjunto do Foro Trajano. 

  
Foro de Trajano - fonte: http://www.skyscraperlife.com/latin-bar/33548-arquitectura-romana-8.html
   

           Durante sua administração, o Império Romano atingiu sua maior extensão territorial graças àconquistas do leste.Foi um bom administrador, considerando por muitos o maior dos imperadores. Trajano também é notado pelos seus extensos programas de obras públicas e as políticas sociais. Nesse momento, enquanto o império atinge o apogeu de sua prosperidade, Roma alcança o desenvolvimento máximo, e uma organização física que parece coerente e definitiva.

Fonte: Benevolo, Leonardo (2005) – História da cidade, editado 
Planta de Roma imperial Fonte: Benevolo, Leonardo (2005) – História da cidade, editado


Com a contribuição de artistas do império, grandes edifícios públicos foram erguidos, com o equilíbrio entre as estruturas arquitetônicas e os acabamentos utilizados. Em alguns monumentos de celebração Ara Pacis de Augusto, os arcos do Triunfo, as colunas honorárias de Trajano...) os frisos esculpidos em relevo têm uma importância determinante, e contam uma história rica de significados. Os templos eram resultados da combinação de elementos gregos e etruscos: planta retangular, teto de duas águas, vestíbulo profundo com colunas  livres e uma escada na fachada dando acesso ao pódio ou à base.
  
Fonte: cdm.reed.edu

            Os imperadores seguintes enriquecem este quadro com outras intervenções, a exemplo da forma definitiva do Palácio Imperial pelos Severos. No século III, a atividade de edificação diminui, mas se constroem outras importantes obras públicas: os muros de Aureliano e a Basílica de Constantino, por exemplo.  

            Nestas últimas obras é rompido o equilíbrio clássico entre a forma geral da construção e os detalhes. As esculturas e pinturas se contrapõem à arquitetura, como peças de decoração independentes: a continuidade das formas plásticas fixadas pelos gregos se perdeu definitivamente.  
Fonte: Benevolo, Leonardo (2005) – História da cidade
           Depois de Constantino não se faz em Roma outras grandes obras públicas; os últimos imperadores publicam uma série de editos para conseguir a conservação dos monumentos existentes.  

ROMA: A CIDADE E O IMPÉRIO MUNDIAL - (parte 2/3)

Figura 1  
Fonte : http://pt.wikipedia.org/wiki/Hist%C3%
B3ria_do_Imp%C3%A9rio_Romano

Acredita-se que os antepassados romanos eram camponeses que se instalaram ao sul do Rio Tibre, mas precisamente nas suas margens em uma planície denominada Lácio em meados de 1000 a.C. devido a um surto de erupções vulcânicas , e que esta região foi escolhida devido a sua fertilidade. E com condições naturais favoráveis começa a surgir uma serie de povoados ao qual o que se mais destaca é a Alba Longa.

Existe uma lenda que diz que Amúlio rei de Alba Longa joga seus sobrinhos gêmeos recém-nascidos, Rômulo e Remo ( netos de Númitor, antecessor de Amúlio), no rio Tibre em um cesto de vime. Este cesto teria sido levado pela a correnteza e encalhado junto ao monte Palatino e os bebês são achados por uma loba que os amamenta. Depois eles são encontrados por um pastor que decide cria-los, e quando adultos destronam seu tio e  fundam uma aldeia no monte Palatino nomeada Roma (  do nome Rômulo).

Figura 2 
Fonte:https://maps.google.com.br/maps?hl=pt-BR&ie=UTF-8&q=http://lamp.tugraz.at/~f145stdb/VO_GeschichteStadt_
2012_2013/Urban_History_01_Antiquity.pdf
Contudo, as pesquisas arqueológicas apontam que no curso do Rio Tibre existe um ponto após uma curva acentuada que se divide em dois, desta forma criando uma ilha, a Ilha Tiberiana. E é neste local que se pode fazer a travessia com maior facilidade. E por isso os etruscos ( povo que dominava a Alba Longa) usam este local para criar uma feira e um mercado cujo nome era de Foro Boario e Foro Olitorio ( bovino e do azeite), e assim eles conseguem manter livre a passagem até a Campânia.


Figura 3 
Fonte : http://pt.wikipedia.org/wiki/Hist%C3%B3ria_de_Roma


Povos da península Itálica no princípio da Idade do Ferro
  Ligures
  Picenos
  Latinos
  Oscos
  Gregos




Figura 4
Fonte : http://pt.wikipedia.org/wiki/Hist%C3%B3ria_do_Imp%C3%A9rio_Romano
É quase unânime a aceitação dos historiadores de que o primeiro local habitado pelos romanos teria sido o Monte Palatino. Este colina possui seu topo achatado o que proporciona um fácil desenvolvimento de uma aldeia, além disso, é a que possui as encostas mais íngremes  o que torna um ambiente mais facilmente defensável,  é a mais central das 7 colinas  e ainda conta com um cercado por dois vales pantanosos . Com o passar doa anos, o rei Sérvio Túlio forma uma cidade que ocupa todas as colinas e é dividida em quatro regiões :
1-Suburbana : compreende o Célio;
2-Esquilina: Inclui o Esquilino, o Ópio e o Císpio;
3-Colina: Inclui o Viminal e o Quirinal;
4-Palatina: Inclui o Palatino;

Figura 5
Fonte : http://pt.wikipedia.org/wiki/
Ficheiro:RomaCloacaMaximaPercorso.png
No vale central que passa todas as 4 regiões é feita a Cloaca Máxima  uma das mais antigas redes de esgoto do mundo, ela foi desenvolvida para drenar as águas residuais e o lixo,  teve sua construção iniciada com Tarquínio o Prisco e concluída por Tarquínio o Soberbo.  Esse canal também recolhia as aguas que desciam das colinas, drenando inclusive a planície do Fórum Romano( localizado no centro de Roma, é uma praça circundada por varias construções publicas de grande importância cultural, sendo o principal centro comercial da Roma Imperial e popularmente conhecido como Forum Magnum ou apenas Forum). Segundo textos supõem-se que esta cidade era cercada por muros e que possuía cerca de 285 hectares. Ficaram fora da cidade o Capitólio ( ponto central religioso) e o Monte Aventinus que posteriormente é destinado aos plebeus durante as lutas com os patrícios.
Nesse período Roma era a principal cidade do Lácio, contudo em 387 a.C.  ela é invadida e incendiada( com exceção do Capitólio) pelo os gauleses, povo céltico liderado por Breno, entretanto o cônsul Marco Fúrio Camilo derrota o exercito galês em Tusculum ( fato que o fez ser honrado com o titulo de Segundo Fundador de Roma).Os romanos começam a reconstruir a cidade e mantem o seu traçado irregular, e paralelamente começam a conquistar os seus vizinhos. Esta nova cidade é cercada por grandes muralhas que tem seu nome( Muralha Serviana) baseada no rei Sérvio Túlio. Ela ocupa a área do Aventino , o Capitólio e uma parte do Quirinal, totalizando assim uma área de 426 hectares.
Figura 6 
Fonte: http://lamp.tugraz.at/~f145stdb/VO_GeschichteStadt_
2012_2013/Urban_History_01_Antiquity.pdf
Em 329 a.C. é construído o Circo Máximo ( uma arena e local de entretenimento) , demonstrado na figura ao lado. E em 312 a.C. é construído o primeiro aqueduto, Aqua Appia. Neste período começam a se construir os primeiros edifícios na área destinada ao exercito, o Campo de Marte, são eles : Circo Flamínio(221 a.C.), o Pórtico de Metelo(149 a.C.), o Teatro de Pompeu ( cerca de 50 a.C.).  Ao redor do Foro se colocam basílicas e o embelezam, e pela a cidade são construídos numerosos templos. Ao pé do Monte Aventino se cria um empório comercial.
Quando Roma passa ao período imperial as suas construções se tornam mais grandiosas, fato que se opõem a antiga forma de organização da cidade, por isso para dar espaço a esses novos edifícios ocasionalmente se tinha que destruir algumas construções.
Figura 7 
Fonte : http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Map_of_downtown_Rome_during_the_Roman_Empire_large.png
Durante o império de Júlio Cesar o Foro Romano é ampliado com a basílica Júlia e com a construção do Foro de César.  Augusto continua a construção de edifícios no Campo de Marte, como o Teatro de Marcelo, as Termas de Agripa, o Panteão, o Mausoléu do Imperador, a Ara Pacis, o Foro de Augusto ,o Paço Imperial, um grande números de templos, organiza os aquedutos, cria uma nova divisão para a cidade que agora é desmembrada em 14 regiões. E 
Figura 8 
Fonte : http://lamp.tugraz.at/~f145stdb/VO_GeschichteStadt_
2012_2013/Urban_History_01_Antiquity.pdf
enquanto ocorrem estas intervenções publicas se inicia as construções privadas, que moldava os pequenos espaços concedidos em casas com muitos pavimentos denominadas insulae, estas casas eram projetadas para múltiplas famílias, possuíam cerca de 300 a 400 metros quadrados e incluíam quartos de mesmos tamanhos virados para fora e apartamentos e residências com tamanhos variados. E em 5 a.C.  Roma tinha cerca de meio milhão de habitantes.  
Aqueles que sucederam Augusto foram os responsáveis pela a ampliação do palácio que se encontrava no Monte Palatino,  o acampamento estável dos pretorianos, o Castro Pretório, e outras realizações seguindo de maneira desorganizada o programa de reorganização de Roma.
Em 64 d.C. com o incêndio em Roma, Nero tem a oportunidade de modificar de maneira radical a cidade, ele constrói uma residência destinada a ele , a Domus Aurea localizada no Monte Palatino, Celio e Esquilino. Ele cria uma nova organização para os bairros destruídos com métodos mais racionais, embora que ele não pudesse modificar as linhas do organismo já formadas.
Figura 9 
Fonte : http://lamp.tugraz.at/~f145stdb/VO_GeschichteStadt_
2012_2013/Urban_History_01_Antiquity.pdf
Segundo Tácito(XV, 43) esta reconstrução segue algumas diretrizes são elas: a largura das ruas, as medidas da estrutura dos bairros, limita-se a altura do edifício, abriram-se as praças,  acrescentaram pórticos com intuito de proteger as fachadas das insulae. Ele ainda afirma que Nero prometeu construir estes pórticos as suas custas e entregar as áreas limpas a seus donos, também se acrescentou prêmios segundo as categorias dos cidadãos e dos patrimônios familiares, e fixou os termos para quais construídas as domus e as insulae, se teria o direito ao prêmio. Para o descarregamento dos entulhos das construções foi destinado os pântanos ostienses, e os navios que transportavam trigo através do Tibre, estes deviam retornar carregados de entulhos. Em alguns lugares os edifícios só podiam ter como matérias primas aquelas que possuíssem a característica de serem refratarias ao fogo, também se passou a ter uma maior fiscalização da água, para que esta não fosse interceptada de forma exagerada por propriedades particulares, atrapalhando assim que ela corresse com maior abundância em lugares públicos. Os edifícios não podiam mais ter paredes conjuntas, ou sejam, cada prédio deveria ter suas próprias paredes. Estas mudanças trouxeram uma maior beleza para a cidade assim como  uma maior praticidade. Contudo estas modificações não foram bem recebidas por todos os romanos já que, os prédios mais baixos e agora separados não causavam mais tanta sombra, deixando assim a sensação térmica dentro da cidade menos agradável do que a sua versão anterior.


Bibliografia
http://pt.wikipedia.org/wiki/Cloaca_Maxima
http://www.areliquia.com.br/Artigos%20Anteriores/71Roma.htm
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História da Cidade - BENEVOLO, Leonardo